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Para onde vai o estímulo e exemplos de possíveis respostas

 

   Dos neurônios que se conectam às células ciliadas, a informação percorre uma série de neurônios até chegar no cerebelo, medula espinal, bulbo ou ponte. Dependendo do caminho tomado pela informação, podemos experimentar diferentes sensações e apresentar diversos tipos de reposta.

   Exemplos de sensações são as de tontura e mal-estar resultante de movimentação. Mas o sistema vestibular não existe apenas para nos provocar coisas ruins, elas são apenas consequências. Na verdade, ele é essencial, pela informação transmitida por ele, em situações como manter a postura ereta da cabeça e controlar a movimentação dos olhos.

CURIOSIDADES

          Não somos os únicos a apresentar sistema vestibular, muitos vertebrados, por exemplo, apresentam um sistema parecido com o nosso, com três canais semicirculares e utrículo e sáculo (sacos vestibulares).

 

          Muitos invertebrados apresentam estatocitos,

um órgão de equilíbrio que normalmente é uma

cavidade oca preenchida com líquido, envolta por

células ciliadas e com partículas densas no centro.

Ao animal se deslocar, essas partículas se

movimentam, entrando em contato com cílios de

diferentes células, gerando mais ou menos estímulos

em determinadas células ciliadas. Assim, o sistema

nervoso do indivíduo obtém informações sobre sua 

posição.

Canais semicirculares

 

   São três por orelha, e uma curiosidade interessante é que cada um corresponde a um plano da cabeça. A partir daqui, vou explicar de que são constituídos os canais e como isso contribui para a percepção do estímulo, são muitos nomes, mas não se apavore, o importante é entender como essas estruturas contribuem para o sentido, e não os termos, que são apresentados mais para que você compreenda o desenho acima.

 

   Cada canal semicircular trata-se de um canal membranoso, que contém um fluido, a endolinfa, flutuando em meio a um canal ósseo. Como você pode ver na figura 2, em cada canal, há uma região dilatada, a ampola, na qual localiza-se uma massa gelatinosa.

 

   Em uma das extremidades dessa massa, há várias células especiais, que percebem a movimentação de seu corpo de um jeito muito interessante. Elas possuem cílios, os quais estão embebidos na massa gelatinosa, desse modo, se ela se mover, os cílios também se movimentam. Por exemplo, imagine que seus dedos estejam em meio a uma gelatina enorme e vertical, caso ela se desloque, seus dedos seguiram para a mesma direção do movimento (mas é claro que eles não são tão flexíveis quanto os cílios citados).

 

   Voltando para sua orelha, as células percebem essa movimentação dos cílios, e dependendo da direção, elas podem conduzir estímulos com mais ou menos frequência para as extremidades dos neurônios que se comunicam com elas. O caminho depois disso, veremos daqui a pouco.

 

   Mas você deve estar se perguntando (ou talvez não): como a massa gelatinosa, ou cúpula, se move? Quando sua cabeça se desloca, o fluido no interior do canal membranoso, que não é realmente fixado a nenhuma parte de seu corpo, movimenta-se para o lado contrário por inércia, empurrando a massa. Fazendo uma analogia com você no metrô, quando o trem acelera, seu corpo vai em direção oposta.

Sacos vestibulares

   São dois: o utrículo e o sáculo. Ambos apresentam uma forma vagamente circular e, assim como no sistema auditivo e nos canais semicirculares, contém células ciliadas, localizadas em uma pequena área de tecido receptivo. E tal como também os canais semicirculares, seus cílios estão embebidos em uma massa gelatinosa. Mas as semelhanças, pelo menos anatômicas, param por aí.

 

   Você sabia que nós temos cristais? Eles são chamados otólitos e são de carbonato de cálcio, estão localizados logo “acima” dessa massa gelatinosa. Quando mudamos a orientação de nossa cabeça, o peso dos cristais provoca alteração da posição da massa gelatinosa, pressionando os cílios. As células ciliadas são sensíveis a isso e assim podem conduzir estímulos, com maior ou menor frequência, para as extremidades dos neurônios que se comunicam com elas (tal como as células ciliadas dos canais semicirculares).

 

   Essa movimentação acontece principalmente em situações quando aceleramos ou desaceleramos (por exemplo, ao andar), ou inclinamos nossa cabeça.

SISTEMA VESTIBULAR

   Pode ficar tranquilo que o sistema vestibular de que estamos falando não é aquele que te deixará ou já te deixou arrancando os cabelos. Muito pelo contrário, esse é o sentido do equilíbrio.

 

   Estimulado pela gravidade e aceleração angular (rotação), ele é um daqueles heróis anônimos, conhecido por poucos, mas que com certeza quebra seu galho todos os dias ou até praticamente a todo momento. Quando você anda, dança, movimenta a cabeça, fica com tontura depois de sair daquelas xícaras malucas de parque de diversão, são todas situações relacionadas com o sistema vestibular.

 

   Uma diferença interessante dele para os outros

sentidos é que não temos uma consciência direta

da sensação recebida pelos seus órgãos.

A orelha interna e quais são os órgãos vestibulares

 

   Assim como no caso do sistema auditivo, os componentes receptivos do sistema vestibular também estão localizados na orelha. 

          Tratam-se dos canais semicirculares e sacos vestibulares, que junto da cóclea (estrutura do sistema auditivo), compõem o labirinto da orelha interna. Vamos saber mais deles abaixo.

Figura 1. Anatomia da orelha.

Extraído de <http://www.fisioterapiavestibular.com.br/?page_id=28>, acessado em 29 de maio de 2017.

Figura 2. Sistema vestibular. Detalhes dos sacos vestibulares estão representados à esquerda e dos canais semicirculares à direita. Acompanhe as explicações com a figura para entender melhor :) Extraído de:  <http://slideplayer.com.br/slide/10247235/>, acessado em 29 de maio, 2017.

Figura 4. Esquema da recepção do estímulo pelos canais semicirculares, note que o fluido se movimenta na direção contrária à da rotação. Adaptando-se ao português, “hair bundles” são os cílios e “hair cells”, as células ciliadas, a parte à esquerda representa uma seção da ampola do canal semicircular horizontal em estado estacionário e a parte à direita, a mesma seção em estado rotacional. 

Fonte: Encyclopedia Britannica, Inc., 1997.

Figura 5. Esquema da recepção do estímulo pelos sacos vestibulares. Adaptando-se ao português e ao nosso conteúdo, “otoconia” são os otólitos; “otolithic memabrane”, a massa gelatinosa; "kinocillium" e "stereocilia", os cílios; e "hair cells", as células ciliadas. A parte à esquerda representa uma seção do utrículo direito com a cabeça em posição ereta e a parte à direita, a mesma seção com a cabeça inclinada. 

Fonte: Encyclopedia Britannica, Inc., 1997.

Figura 6. Esquema de um estatocisto. Traduzindo-se para o português, "cilliated receptor cells" são as células ciliadas receptoras; "cillia", os cílios; "statolith", o estatólito (como se denominam as partículas densas); e "sensory nerve fibers", as fibras nervosas.

Fonte: Pearson Education, Inc.

   É por isso também que, quando estamos há muito tempo girando, temos a sensação de estarmos

parados (ao menos, ao fecharmos os olhos), pois depois de um período em rotação para uma única

direção, a inercia do fluido é “rompida” e ele passa a acompanhar a movimentação do seu corpo.

Quando paramos de girar, temos a sensação de ainda estarmos em rotação e ficamos tontos, isso

ocorre porque o fluido, por inercia, continua se movimentando. Na analogia do metrô, você pode

perceber que seu corpo se acostuma à aceleração

após um tempo e que, ao trem desacelerar, seu corpo

tem uma tendência de continuar indo na mesma

direção.

 

   Concluindo, podemos perceber pelo funcionamento e

anatomia dos canais semicirculares, que eles são

responsáveis principalmente pelo reconhecimento da

rotação de nossa cabeça.

TESTE: Foque em um objeto distante e bata levemente em sua cabeça. Você notou que a imagem que você vê quase não se movimentou? Isso ocorre por causa da correção do movimento dos olhos proporcionada pelo sistema vestibular, que assim pode compensar deslocamentos de cabeça repentinos. Pessoas que sofreram lesão vestibular e não apresentam esse reflexo têm dificuldade para visualizar objetos enquanto correm ou andam.

(Link). Acessado em 29 de maio, 2017. 

(Link). Acessado em 29 de maio, 2017.

(Link). Acessado em 29 de maio, 2017.

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